
O estado de sade da jovem que foi baleada pela Polcia Rodoviria Federal na tera-feira, 24, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, continua gravssimo. Conforme boletim divulgado na tarde desta sexta, 17, a paciente Juliana Leite Rangel, de 26 anos, segue internada no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Municipalizado Ado Pereira Nunes. 6d5y6v
Ela est entubada e acompanhada por servio de neurocirurgia, em conjunto com equipe multidisciplinar. No h previso de alta.
Segundo nota divulgada pela prefeitura de Duque de Caxias, Juliana deu entrada na unidade na noite do dia 24, vspera do Natal, levada pela PRF, vtima de leso por arma de fogo na regio do crnio. Ao chegar unidade, a paciente foi entubada e encaminhada diretamente para o centro cirrgico, onde ou por procedimento, sem intercorrncias.
A jovem estava no carro da famlia com o pai, a me, o irmo e cunhada a caminho de uma festa de Natal em Niteri, quando os policiais dispararam em srie contra o veculo. Um tiro, provavelmente de fuzil, feito a partir de uma viatura da PRF, atingiu a lateral esquerda do crnio da paciente.
Com o impacto do projtil, fragmentos da caixa craniana entraram no crebro e uma cirurgia foi necessria para remov-los.
Na quarta-feira, 25, o Ministrio Pblico Federal (MPF) instaurou um procedimento investigatrio criminal para apurar a conduta dos agentes da PRF. No procedimento, o MPF pede que as viaturas que estavam na abordagem sejam recolhidas, assim como as armas dos policiais, e que a PF informe o que j foi apurado sobre o caso.
Pede ainda que sejam informadas as medidas de assistncia prestadas pela PRF famlia de Juliana. A Polcia Federal tambm investiga o caso.
O pai de Juliana, Alexandre Rangel, disse ao Estado que dirigia o carro quando, ao avistar a viatura da PRF, abriu agem para o veculo ar. No entanto, os agentes comearam a atirar contra a famlia.
"No deram ordem de parada, no deram nada. Eu percebi que era tiro quando estilhaou o vidro do carro. Eu pedi para os meus filhos e para a namorada do meu filho adolescente se agacharem e ficarem deitados no assoalho. Eles continuaram metendo tiro, mais de 30. De fuzil, pistola", disse.
Alexandre tambm foi atingido por um tiro no dedo. Ele se deitou para se proteger, mas continuou dirigindo o veculo para o acostamento, mesmo sem enxergar a pista. "Eu falei que ‘aqui tem famlia, aqui tem famlia’. Eles falaram: ‘Vocs atiraram na gente’. Eu falei: ‘Nem arma eu tenho. Como eu vou atirar em vocs se nem arma eu tenho? Eu s tenho famlia.’"
Em nota, a PRF informou que os agentes "dois homens e uma mulher” envolvidos no caso foram afastados preventivamente das atividades operacionais. O rgo lamentou profundamente o episdio e disse que presta assistncia famlia. A PRF abriu um procedimento interno, em Braslia, para apurar as circunstncias do ocorrido.
Fonte: Correio do Povo